É difícil imaginar que o próprio órgão responsável por nos fazer enxergar tenha um ponto cego, porém é verdade. Faça o teste:
1) Olhe para a imagem a cima.
2) Tampe o olho direito e olhe para o círculo
3) Agora tampe o olho esquerdo e olhe para a letra X.
Os símbolos desapareceram ao tampar um dos olhos? Incrível, não!?
Isso se chama ponto cego, cientificamente chamado de escotoma, um ponto obscuro do campo visual. No dia-a-dia é difícil perceber esta diferença, pois um olho compensa o ponto cego do outro.
Vamos entender o porquê isto acontece:
A formação do olho é mais complexa do que parece. A imagem abaixo demostra um pouco desta complexidade, porém observe a localização da retina e do nervo óptico.
Há uma pequena parte da retina, ligada ao nervo óptico, que não consegue detectar a luz que forma a imagem. É o lugar no campo visual que corresponde à falta de células fotorreceptoras no disco óptico da retina.
Como não há células fotorreceptoras nesta área, não percebemos parte do campo visual, mas o cérebro preenche esse ponto com informações sobre imagens periféricas e com percepções do olho contralateral, por isso não percebemos o ponto cego.
No Exame de campimetria computadorizada, há identificação do ponto cego. Este exame também serve para avaliar outras áreas do campo de visão em pacientes com glaucoma, retinopatias e lesões neurológicas.
Entenda a função da retina e do nervo óptico:
Retina: membrana interna, composta por várias camadas celulares. Na retina, encontram-se dois tipos de células fotossensíveis: os cones e os bastonetes. Quando excitados pela energia luminosa, estimulam células nervosas, geram impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico. É onde se forma a imagem.
Nervo óptico: sua função é exclusivamente sensitiva. Transporta as sensações visuais do olho para o cérebro penetrando no crânio pelo corpo ciliar.