Sem o estigma do passado, a tatuagem ganhou status de fashion e conquistou entusiastas de diferentes estilos e contextos sociais. E quando o alvo da tatuagem passa a ser a “parte branca” do olho? Loucura?! Procuramos a especialista da CERPO, Dra. Célia Simões Cardoso de Oliveira Sathler, pós-graduada em Medicina Estética pelo IBRAPE, para alertar sobre os perigos dessa moda.

O eyeball tattoo ou scleral tattooing foi divulgado pela primeira vez em 2007, quando dois presidiários americanos postaram um vídeo no YouTube mostrando suas escleras, a parte branca do olho, pintadas de vermelho e azul.

No Brasil, as informações indicam que aproximadamente 13 pessoas aderiram ao método. De acordo com o relato delas, o procedimento provoca dor e sensação de “espinho no olho”. Além disso, afirmam que o pigmento da tatuagem sai na lágrima durante dois dias, após sua aplicação.

O procedimento é muito arriscado, pois é realizado com uma agulha especial curvada e o material é aplicado como se fosse uma seringa. O pigmento é injetado diretamente na região conjuntival (entre a película transparente que reveste o olho) e na esclera (parte branca do olho). A coloração é imediata e irreversível.

Mas, ao contrário do que essas pessoas pensam, o procedimento é muito arriscado. Analise a gravidade: uma injeção no olho aplicada por um tatuador, que não é médico!

As complicações podem ser desde conjuntivite química ou infecciosa; uveíte; catarata secundária à uveíte; perfuração ocular; descolamento de retina; até o mais temível: cegueira irreversível.

Existe um consenso entre os oftalmologistas de que esse procedimento é maléfico à saúde ocular.