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Filhos x Tratamento oncológico

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11 de abril de 2014

É possível ter filhos após um tratamento oncológico?

Na maioria dos casos, sim. Essa afirmação da oncologista clínica Carla Ismael, presidente da Sociedade Franco-brasileira de Oncologia (SFBO) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), significa a possibilidade de realizar o sonho de ser mãe de muitas mulheres que se submeteram a um tratamento contra o câncer.

Os tratamentos de quimio e radioterapia podem parar o ciclo de ovulação por um período de aproximadamente 1 ano. Mas a recuperação da fertilidade é normal na maioria dos casos, sendo possível engravidar sem complicações, como também amamentar o bebê, principalmente em mulheres jovens. “Conheço algumas pacientes que engravidaram, tiveram filhos saudáveis, amamentaram e estão com a vida totalmente normal pós-quimioterapia, radiologia e cirurgia de câncer de mama”, reforça a Dra. Carla.

Atenção: Depois da quimioterapia e da radioterapia é recomendado esperar, no mínimo, 6 meses pós-finalização dos tratamentos contra o câncer para engravidar. Esse período é fundamental para evitar o risco de má formação do feto.

PERDA DA FERTILIDADE

Em casos de transplante medular ou irradiação total do corpo, a fertilidade é perdida. No caso da cirurgia pélvica, dependendo dos órgãos removidos, obviamente, há implicações sérias para engravidar. A radioterapia pélvica conduz rapidamente os ovários à esterilidade definitiva, pois são sensíveis às baixas doses de radiação IV. A esterilidade definitiva também ocorre se os ovários estiverem no campo de ação da radiação do tratamento de câncer em outro órgão.

Há uma possibilidade cirúrgica que pode impedir os ovários de transporem os campos de radiação, mas esse método não é 100% eficiente. Nesse caso, é necessário o congelamento prévio dos óvulos para utilizá-los posteriormente: trata-se da fertilização in vitro, que congela embriões. Porém, esse método é raramente aplicado porque é preciso de 4 a 6 semanas de medicamentos para estimular os ovários e colher os óvulos, e devido à urgência do tratamento oncológico, isso nem sempre é possível.

APÓS OS 40 ANOS DE IDADE 

Nessa fase, a recuperação da fertilidade diminui significativamente nas mulheres em situação pós-câncer, que sofrem, ainda, o risco de menopausa precoce. Os tratamentos hormonais e as terapias não têm efeito na fertilidade em longo prazo. O tratamento quimioterápico é de, no máximo, 6 meses, e o tratamento hormonal dura anos em média. A espera desse tempo pode afetar negativamente as possibilidades de gestação.

GRAVIDEZ NÃO PROVOCA RECIDIVA

É comum que as mulheres que enfrentaram um câncer temam o risco de a gravidez provocar a reincidência da doença. Nesse sentido, essas mulheres podem ficar despreocupadas, pois nenhum dos vários estudos realizados no mundo sobre o tema, comparando a evolução de pacientes grávidas após o tratamento de câncer, apresentou resultado negativo da gestação em relação ao câncer. Porém, pode haver risco de recidiva se a doença persistir oculta, mesmo que tenha sido tratada com quimio e radioterapia. Ou seja, o risco de a doença voltar não está ligado à gravidez, mas ao tumor em si, ao estágio, à evolução do mesmo pós-tratamento.

SER MÃE SEM RISCO 

Uma gravidez sem o risco de o câncer evoluir é possível, sim, mas é importante que o casal e o médico dialoguem sobre o prognóstico da doença. Quando se trata de um tumor limitado, com baixo risco de recidiva, não é necessária espera alguma para iniciar uma tentativa de engravidar. Agora, se o tumor for do tipo mais agressivo, de estado avançado, mesmo que tenha sido bem tratado, o risco de recidiva deve ser bem explicado e, talvez, a espera para engravidar deva ser maior do que 6 meses.

A preservação da saúde requer bons hábitos alimentares, prática de atividades físicas, abstenção de fumo e bebidas alcoólicas e o uso adequado de medicamentos (quando necessário). Em resumo, é necessário, ao ser humano, manter um estilo de vida saudável.

Em qualquer situação, a gravidez deve ser desejada e planejada. Esse conceito torna-se ainda mais fundamental em casos de gravidezes pós-tratamento de câncer.



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