Já pensou na possibilidade de dispositivos feitos sob encomenda e personalizados para substituírem estruturas oculares, como a córnea (parte da frente do olho, normalmente transparente)? Em pouco tempo, essa tecnologia será uma realidade. A seguir, o especialista da CERPO, Dr. Ivan Corso Teixeira, explica três grandes inovações que prometem revolucionar a oftalmologia em um futuro próximo.
Tecidos biossintéticos: são estruturas criadas pelo homem que podem substituir tecidos humanos sem serem rejeitados. O primeiro transplante de córnea biossintética ocorreu em 2010. Desde lá, avanços em biotecnologia, engenharia de materiais e impressão em três dimensões podem levar tais procedimentos a um patamar completamente diferente, muito em breve. Imagine só: estruturas oculares como a córnea (parte da frente do olho, normalmente transparente), a esclera (região branca do olho) e a íris (aquela que dá cor aos olhos, como o azul e o castanho), entre outras, sendo substituídas por dispositivos feitos sob encomenda e que se adaptam às necessidades de cada paciente? Isso não está tão longe assim!
Células-tronco: mesmo que queiramos, algumas estruturas oculares jamais poderão ser substituídas por tecidos transplantados ou materiais sintéticos. Nesses casos, o espetáculo será por conta das células-tronco, capazes de se transformar em qualquer outro tipo de célula do organismo, podendo, potencialmente, substituir até mesmo os neurônios da retina. Pacientes com doenças hoje consideradas graves, como a doença macular relacionada à idade e a retinose pigmentar, entre outras alterações da retina, receberão um implante cirúrgico de células e, em pouco tempo, uma retina nova crescerá no olho do paciente.
Terapia genética: mas e se, em vez de tratarmos a doença depois da mesma já ter afetado a visão, pudéssemos impedir que a mesma se desenvolvesse antes de causar prejuízos ao paciente? Com os avanços do projeto genoma, que catalogou os genes humanos, doenças oculares, principalmente as de herança genética (aquela doença que você tem porque herdou do seu pai/mãe), poderão ser tratadas na sua origem. Imagine o seu DNA como uma grande ponte. Agora pense se um pilar da ponte quebrar. Você pode trocá-lo antes que a ponte desmorone. A terapia genética consiste, portanto, em trocar os pilares do DNA de pacientes antes que a ponte dos mesmos desabe! Pacientes com alterações oculares genéticas, retinopatia diabética e catarata, entre outros, poderão ser solucionados antes mesmo que apareçam!
