Quatorze de novembro é o Dia Mundial do Diabetes. A CERPO Oftalmologia presta a sua contribuição com um artigo sobre Retinopatia Diabética, a manifestação ocular mais grave do Diabetes Mellitus. Acompanhe as informações do especialista da CERPO Dr. José Lucas de Souza Filho.
O QUE É RETINOPATIA?
A retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira do mundo, juntamente com a catarata e o glaucoma. A doença está presente tanto no diabetes tipo 1 (insulino dependente ou “juvenil”), como no tipo 2 (não insulino dependente ou “do adulto”). Uma série de sinais poderá ser encontrada na retina, e suas características determinarão o tipo de retinopatia. Quanto mais tempo de diabetes, maior a chance de se desenvolver a retinopatia diabética.
DIAGNÓSTICO
Através do exame de rotina, o oftalmologista faz o diagnóstico pelo achado das lesões típicas do diabetes. Exames especializados deverão ser realizados pelo especialista para orientar adequadamente o tratamento do paciente. Esses exames só poderão ser realizados com a dilatação das pupilas. Os principais são a documentação fotográfica da retinopatia com ou sem o uso de contraste, respectivamente angiofluoresceinografia e retinografia; e o O.C.T. Tomografia de Coerência Óptica. Algumas situações exigem ultrassonografa ocular.
TRATAMENTO
Com eficácia comprovada há mais de 40 anos, a fotocoagulação é o principal tratamento da retinopatia diabética. Novos tratamentos têm surgido, como injeções intravítreas de substâncias como os anti-vegf e a triancinolona, para a diminuição de neovascularização e edema macular, mas acabam atuando principalmente como coadjuvantes da fotocoagulação. Tratamentos cirúrgicos também fazem parte do arsenal terapêutico do especialista.
CUIDADOS
- Quem tem diabetes deve ser avaliado para pesquisa de retinopatia diabética pelo menos uma vez por ano nos 10 primeiros anos da doença e, depois, a cada 06 meses.
- Iniciar o quanto antes o tratamento da retinopatia diabética é a melhor forma de se prevenir a perda de visão.
- Um bom controle do seu diabetes retardará o aparecimento da retinopatia e diminuirá a sua gravidade quando ela surgir.
- Diabéticos são mais propensos a ter hipertensão arterial e esta, quando descontrolada, piora a retinopatia.
- Gravidez é outro fator de piora da retinopatia. A gestante diabética tem de ser acompanhada pelo especialista em retina.
- Fotocoagulação ou “laser” não leva à cegueira. Ela é provocada pelo tratamento tardio nas formas graves da retinopatia.
- Enxergar bem não quer dizer ausência de retinopatia diabética;
Por ser uma doença sistêmica, o diabetes precisa de tratamento e orientação de vários especialistas: endocrinologista, cardiologista, nefrologista, oftalmologista, neurologista e cirurgião vascular. Por isso, não se pode tratar isoladamente uma complicação da doença, como a retinopatia diabética.